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Com a chegada do fim do período de colheita do trigo, a safra de 2010 deve alcançar um total de 1,8 milhão de toneladas. O produtor deve estar atento, a partir de agora, na armazenagem dos grãos. Ricardo Ramos Martins, assistente técnico da Emater do Rio Grande do Sul, aconselha os agricultores a não realizarem a secagem com temperaturas acima dos 40°. Isso pode deteriorar o glúten presente no trigo e, consequentemente, a farinha utilizada na panificação.
De acordo com Ricardo Martins, os silos usados na secagem simples são construídos com tijolo, argamassa, ferragem e mão de obra local. A única exigência é que o ventilador usado deva ter a dimensão correta em relação ao volume de ar, pressão estática e, claro, ao tamanho do silo, que tem capacidade para 100, 250, 500 ou 1000 sacos de grãos. O ideal é o uso de, no máximo, camadas de grãos com 3m de altura para que o motor do ventilador não exija alta potência elétrica.
— Os silos secadores tem uma vantagem: são também armazenadores. Um produtor que colhe 5000 sacos de trigo deve separar cinco silos de 1000 sacos e colocar o trigo por camadas, porque assim este seca com maior velocidade e menor custo energético. Quando se trabalha com silos de menor porte, o que pode ser feito é separar por tamanho de grão. E é possível separar por tipo também, como trigo melhorador, trigo pão, trigo brando. As indústrias de farinha não querem esses tipos misturados. Inclusive, os moinhos compradores pagam mais para quem separa os produtos por variedade — alerta Ricardo.
Aplicável nas diferentes regiões do país, as instalações ainda diminuem os riscos de contaminação da produção por fumaça, o que é comum na secagem com fornalhas a lenha. Os resíduos de lenhas deixam cheiro no trigo moído que é usado para compor a farinha. Por isso, o assistente técnico da Emater diz que o uso de fornalhas de fogo indireto é uma tendência, visto que o mercado externo já não é tolerante a produtos desse tipo.
Para conservar o grão, colhido no Rio Grande do Sul com cerca de 18% de umidade, a água chegar a 13%. Aliado à retirada do líquido, a armazenagem deve ser feita a temperaturas de 10° a 15°. Com o resfriamento durante a armazenagem, Ricardo garante que o agricultor terá uma boa conservação, especialmente porque, ao contrário da soja e do girassol, por exemplo, o trigo tem baixo índice de óleo, o que favorece a baixa na temperatura.
— Se no Sul do país conseguimos fazer a secagem desta forma, quando vamos em direção à Linha do Equador fica mais fácil devido às temperaturas mais elevadas. Porém, é preciso retirar mais a umidade e resfriar bem o grão na armazenagem. Temos mandado projetos para todo o Brasil. Ele funciona de Norte a Sul. Com esse processo, verificamos que, nas produções de arroz, agricultores tem conseguido 65% de rendimento de grãos inteiros, o que dá em torno de R$4 a mais por saco. Já na secagem tradicional, o índice é de 59% — finaliza Ricardo.
Para maiores informações, basta entrar em contato com a Emater RS pelo telefone (51) 2125-3144.
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